Turismo

O sector do turismo, é dos que mais desenvolvimento tem conhecido ao longo dos últimos anos, em todo o mundo e vai ganhando cada vez mais espaço e afirmação entre as populações e os governos, peso na economia e afirma-se como gerador de desenvolvimento e criação de emprego.

O nosso concelho não tem sido excepção nem alheio a este desenvolvimento do sector. Contudo, estamos longe de poder afirmar que Ourém é um concelho marcadamente turístico, apesar da aparente contradição que esta afirmação possa suscitar, face às potencialidades óbvias que todos sabemos reconhecer no nosso concelho, nesta área.

Na verdade, está tudo por fazer!
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Apesar de todos os esforços, quer do sector público, quer do privado, pouco ou nada se tem conseguido para pôr Ourém definitivamente no mapa e no caminho de desenvolvimento sustentado de um sector que é considerado a nível nacional como muito importante para a nossa economia.

Fátima é sempre apontada como paradigma de turismo religioso e símbolo maior de Ourém (nome sempre esquecido) e de Portugal no mundo. Contudo, todos sabemos os problemas graves de urbanismo que Fátima possui, das suas deficitárias acessibilidades e até problemas na sua hotelaria e no seu comércio, típicos de um turismo massificado e até asfixiante.

O centro histórico de Ourém apresenta um sem número de carências e de problemas, para se tornar um destino turístico que o não é.

O Agroal, mesmo com as mais recentes obras de requalificação, é um recurso turístico completamente subaproveitado e por explorar.

E o que falar da cultura oureense? Apesar dos esforços da autarquia e das muitas associações concelhias que se dedicam a ela, não há promoção, noção de rentabilização da cultura, projectos ambiciosos e claro, a consequente falta de público.

Sente-se a necessidade, gritante, de fazer mais infra-estruturas de apoio ao turismo onde tudo está por fazer e de requalificação onde tudo não está tão bem feito.

Isto implica parcerias muito bem concertadas entre o sector público e o privado. A criação de mais e melhores infra-estruturas deve ser aliás, iniciativa primeira das autarquias. Faltam infra-estruturas de apoio aos transportes e uma rede de transportes bem concertada, faltam infra-estruturas de apoio e informação ao turista e falta muita promoção.

Promoção essa que podia passar pela criação de eventos, a dinamização de espaços patrimoniais e turístico-culturais, por exemplo.

Veja-se o caso de Óbidos, apontado sempre como paradigma destas coisas, mas onde contudo houve projectos acertados. Arrumaram primeiro que tudo a casa. Criaram gabinetes específicos para a promoção e gestão turística e cultural de Óbidos. Puseram a trabalhar pessoas formadas em turismo e com competências nessa área. Investiram na formação dos seus técnicos e numa equipa capaz e competente. Investigaram, investiram, preservaram o seu património, criaram condições para o desenvolvimento do sector e hoje colhem os frutos.

Que temos nós a menos que Óbidos? Nada, parece-nos a todos. Alguns até dirão que a nossa ginjinha é melhor e o nosso castelo e centro-histórico, por exemplo, mais bonito e mais antigo. Apesar do óbvio orgulho de quem fala da sua terra, não estarão certamente muito longe da verdade, no que toca à valorização daquilo que todos julgamos saber que existe.

Depois, também falta investimento privado. Apesar da aparente desculpa relacionada com a crise para o desinvestimento em muitos sectores, é necessário criar espaço para novos investimentos. Apostar em formas de turismo sustentável, fazendo com que haja desenvolvimento, atenuando os impactes negativos do turismo, permitindo uma rentabilização sustentada e permanente do sector.

É preciso pois, que nos unamos e que tenhamos consciência de que mais do que apontar falhas e reconhecer as potencialidades e carências do nosso concelho a nível turístico e cultural, é preciso fazer reformas, agir e ir trabalhando em parceria com todas as entidades responsáveis, a fim de criarmos desenvolvimento, riqueza e emprego para Ourém, nas áreas do turismo e da cultura.


Hélder Farinha

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